Encruzilhada

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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Filmes e Memorabilia 2013 - Os Trapalhões


35. Princesa Xuxa e os Trapalhões – 24/01 – DVD – Repetido

Confesso que sou fã dos Trapalhões. E assistir a esse filme é uma viagem – trash - no tempo, de volta ao sofá da infância-adolescência, assistindo a Sessão da Tarde e comendo biscoito de chocolate. E mesmo com todas as ressalvas, tenho que admitir que ainda possuo carinho por esta tosqueira, seja pela ambientação fantástica; o humor das cenas do grupo, popular e brasileiro; a canastrice do vilão; ou a beleza embasbacante de Xuxa.

MEMO: Qualquer cena com Mussum. Imagino o roteiro  sem falas para Mussum, clamando pelo improviso, num tipo de humor que só ele era capaz de fazer. Um fora de série.

*O filme completo está disponível no youtube (link abaixo).


36. Os Trapalhões e o Rei do Futebol – 28/01 – Internet

Os filmes dos Trapalhões não devem ser levados a sério. São trash, voltados para o público infantil e muitas vezes feitos a toque de caixa. O que pode ter de bacana em ver os filmes dos Trapalhões depois de velho então? Além de um sentimento de nostalgia pra quem assistia o quarteto quando era mais novo, a química de Didi, Dedé, Mussum e Zacarias.

Sendo assim, pouco, muito pouco se salva na parceria dos Trapalhões com Pelé (aqui, um jornalista). José Lewgoy tem uma boa participação, mas o filme sai muito prejudicado pelo ritmo acelerado (são 68 minutos de duração!), que por vezes emenda uma cena na outra sem uma mínima preocupação sequer com lógica temporal ou geográfica.

Mas estamos falando de Trapalhões, então vamos lá: Didi sempre foi o mais destacado, mas aqui a coisa é exagerada. Sobra muito Didi em cena enquanto Dedé, Mussum (que pecado!) e Zacarias ficam jogados para o canto. Didi é bom? É fantástico. Mas a química dos quatro é o que sobrevive ao tempo nos filmes ou nos quadros do programa de tv. E aqui, os quatro quase não atuam juntos. O que sobra? O jogo final.

MEMO: Há uma breve sequência em que se fala do ‘fantasma do Maracanã’. É curioso porque esta era a única vaga lembrança que eu tinha de ter assistido este filme quando era criança. E nesta revisão, gostei do passeio em primeira pessoa pelos túneis do estádio e achei bonito ver o maior do mundo totalmente deserto com os refletores acesos. De fato parece fantasmagórico, quase como num sonho. Além deste momento, interessante e curioso mesmo - ainda que tão tosco quanto o resto do filme - é ver Pelé (com o inspirado nome de ‘Nascimento’) entrando em campo como goleiro ao lado de Didi (‘Cardeal, Cardeal...’) no gramado do Maraca. E em meio aos gols bizarros do camisa 13, o goleirão Nascimento manda:
- Você fez o gol que o Pelé tentou e não fez!.
Impagável.

*O filme completo está disponível no youtube (link abaixo)


37. O Mundo Mágico dos Trapalhões – 29/01 – Internet


Dirigido por Silvio Tendler, este precioso retrato dos Trapalhões, realizado para comemorar os 15 anos do grupo, é o documentário mais visto da História do Brasil (1,8 milhão de pessoas). Narrado por Chico Anysio, o doc de 1981 recapitula a história de Didi, Dedé, Mussum e Zacarias e a importância do grupo na cultura popular brasileira, trazendo muitas (e por vezes longas) cenas dos filmes mescladas com filmagens de shows, gravações, bastidores, imagens dos quatro em família e entrevistas.

O ponto baixo fica justamente pelo tamanho das cenas extraídas de outros filmes, uma vez que o material inédito do doc é tão bom que é uma pena que não possamos ver mais do quarteto no ‘mundo real’.

Para os fãs, é obrigatório. Mas há de se fazer uma ressalva: tendo sido feito como uma celebração ao grupo (um dos roteiristas é filho de Renato Aragão), o filme adota uma postura praticamente ‘chapa branca’, apenas arranhando assuntos mais delicados como as brigas e diferenças entre os integrantes, o questionamento sobre um suposto racismo de Renato e a estrutura empresarial por trás do grupo (que aparentemente, sempre teve na figura de Aragão uma espécie de chefe/administrador).
Ainda assim, trata-se de um registro não só precioso, mas histórico, ressaltando a importância desses humoristas de representação altamente popular (um nordestino, um ‘cigano’, um negro carioca e um mineiro) que conseguiram combater a influência cultural americana (em especial junto às crianças) abordando e encenando cultura brasileira.

Os trechos dos primeiros filmes de Renato Aragão evidenciam sua semelhança em estilo com Charlie Chaplin, como ele mesmo assume em entrevista. As cenas de bastidores também são um tesouro. Ver Zacarias, ou melhor, Mauro Faccio Gonçalves, fora de cena, sem peruca e com sua verdadeira voz, só reforça o talento cômico do mineiro. E ainda tem: Mussum fazendo churrasco; Renato Aragão passeando com a família no sítio em Teresópolis e falando sobre discriminação; e uma curiosa sequência com os quatro tomando banho no vestiário e trocando sabonetes!

MEMO: A cena de abertura, com o grupo jogando futsal como abertura do show para um ginásio lotado já escancara não só o carisma do grupo como a paixão popular que eles despertam.

*O filme completo está disponível no youtube (link abaixo).