Encruzilhada

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sexta-feira, 1 de março de 2013

Comentário sobre Channel Orange, de Frank Ocean

A primeira vez que ouvi falar de Frank Ocean foi na colaboração com Kanye West e Jay Z em ‘No Church in the Wild’, do disco ‘Watch the Throne’. Depois, fiquei sabendo (muito por alto) de Ocean saindo do armário. Acompanhei conforme seu disco (o primeiro por uma gravadora, depois de ‘Nostalgia, Ultra’, lançado de forma independente), ‘Channel Orange’, aparecia na lista de melhores de 2012 e, por fim, acompanhei o próprio artista em uma apresentação no Grammy, sua noite de consagração na indústria.


Essa introdução é para dizer que finalmente parei para ouvir ‘Channel Orange’. E fiquei viciado. Acordo com ‘Forrest Gump’ na cabeça; sinto ‘Lost’ como uma convocação a dançar; lamento junto com o cantor a intolerância em ‘Bad Religion’; chego a ouvir algumas músicas em looping. O fascínio se dá, especialmente, pelo clima melancólico que Ocean traz para o R&B. Não é simplesmente hip hop. É soul com um eletrônico minimalista, influências de jazz-funk, um tom psicodélico e minha nova paixão, o dubstep, numa criação homogênea em estilo e personalidade, apesar do passeio por ritmos e climas.

Há firulas. ‘Start’, ‘Fertilizer’, ‘Not Just Money’, ‘White’ (com John Mayer) e ‘End’, não me dizem absolutamente nada. Mas as outras 12 faixas compensam a “sobra” estilística. Entre as dançantes, além de ‘Lost’, há as batidas ‘Crack Rock’ e ‘Sweet  Life’ e o hip hop eletrônico ‘Pyramids’. Faixas soul um pouco menos aceleradas, mas ainda boas para pistas e agitos, há ‘Golden Girl’, ‘Super Rich Kids’, ‘Pilot Jones’, ‘Monks’ e a imbatível ‘Forrest Gump’. Da turma dubstep vem ‘Thinkin about you’ e ‘Sierra Leone’, enquanto as melancólicas ‘Pink Matter’, que tem participação de Andre 3000 e a já citada ‘Bad Religion’, nos levam a lamentar junto com Ocean.

Arrebatador.

PS: Como se não fosse o bastante, Channel Orange também é uma ótima trilha para namorar. ;)