Encruzilhada

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terça-feira, 12 de março de 2013

Comentário 'Strangeland', de Keane

Keane não é uma banda grande, no sentido de grande público ou grandes hits. Mas é uma banda de coração. O segundo disco costuma ser tido como um 'tabu' para os artistas, desafiados a lançar um novo trabalho sem deixar cair a qualidade do disco de estreia. Keane chega agora ao quarto disco, Strangeland, depois de Hopes & Fears, Under the Iron Sea e Perfect Symmetry. E chega com um som homogêneo, mais do mesmo.



Essa última afirmação pode despertar duas interpretações. Por um lado, o grupo não evoluiu, não se reinventou - talvez possa se dizer até que não há ousadia. Por outro, a qualidade nunca caiu, nunca foi deixada de lado, o (bom) nível sempre foi mantido. E posso estar falando mais do que sei ou torcendo os argumentos para fazer meu ponto de vista, mas o que me parece é que os caras simplesmente fazem o que sabem fazer. E fazem muito bem.


Pelo menos no Brasil, Keane não me parece uma banda de rádio. Está entre as grandes bandas e as indies. Não à toa na última vez que veio ao Brasil foi para abrir shows do Maroon 5 (que injustiça!) e neste ano a banda volta sem sequer passar pelo Rio de Janeiro. Mas mesmo como filho menos conhecido do britpop, Keane tem seu público fiel, como pude constatar nos dois shows que assisti no Rio de Janeiro (anteriores à vinda do ano passado).

Strangeland vem para trazer mais uma boa dose de belas canções. Confesso que sou arrebatado pela combinação piano/baixo/bateria e o vocal agudo do simpático Tom Chaplin. Em Strangeland, a banda mantém a diversidade com baladas lindas de tão melancólicas (a fantástica Sea Fog, a romântica Watch How You Go, a simpática Black Rain e a bela The Starting Line), que se mesclam a músicas de energia crescente como Day Will Come, Sovereign Light Cafe, Neon River e In Your Own Time; uma energia que explode com On the Road, Disconnected, Silenced by the Night e You Are Young

Sem ser e melhor, sem querer ser, uma banda grande, Keane continua criando e realizando com o coração. E os fãs, como eu, continuam aplaudindo e cantando junto.