História curiosa: na segunda-feira, perdi meu caderninho de poemas com quatro poesias inéditas ainda não-publicadas no blog. Revoltado comigo mesmo por não ter passado a limpo os escritos ou pela falta de atenção, reescrevi os quatro poemas testando a memória para lembrar os temas que tinha abordado e algumas construções que tinha usado. Eis que, quando imaginava que aqueles quatro 'originais' estavam perdidos pra sempre em algum limbo das coisas que perdemos e não sabemos exatamente onde, recebo um telefonema dizendo que meu caderninho foi encontrado.
E agora, tenho duas versões para quatro poemas. Como acho um exercício interessante analisar as semelhanças e diferenças entre o 'original' e o 'reescrito com base na memória sensível', nos próximos quatro posts vou publicar as duas versões de cada um.
17/04
Em breve (1ª versão) Em breve (2ª versão)
Chega a hora Chegará a hora
Em breve virá De dizer que vou
Levar-me embora Muito em breve, me virá de fora
Tirar-me de lá Pra saber quem sou;
Me faz um novo Sem sorrisos demais
Me tira o chão; Sem pedir nada mais
Um homem do povo Começar de novo
Serei artesão Ser homem do povo
Criatura, criador À vontade, me dedicar
Completo, eu, por um segundo; De cabeça, eu, profundo
Da vida própria, ser motor Só a mim para explicar
Fazer do que era sonho, mundo. Fazer do sonho ser meu mundo.