Como expliquei há três posts, perdi meu caderninho de poema com algumas poesias inéditas, reescrevi as poesias e depois acabei reencontrando o caderno. Resolvi então publicar as duas versões de cada um desses poemas reescritos.
Esta poesia é dedicada a J.B. Priestley e aos amigos que estão encenando 'O tempo e os Conways' na Casa da Gávea.
20/04
O tempo e nós O tempo e nós
(1ª versão) (2ª versão)
O tempo me leva Chega o tempo
Me leva de volta Chega e me leva
De volta carrega Me leva e me entrega
Carrega e me solta Me entrega um lamento
Me solta no tempo, a observar Lamento de vida
Observar paisagem Vida vivida
Paisagem no ar Vivida em paisagem
Em paisagem distante
No ar de seu tempo, parada em parada
Parada pra ver, pra ver e ouvir Distante um do outro
Pra ver e ouvir, partida e chegada Outro e um são o mesmo
Partida e chegada, e o tempo a sorrir São o mesmo pedaço
O pedaço lançado
Sorrir com o tempo, a se alcançar Lançado à ventura
Alcançar entre nós Aventura imortal
Entre nós viajar
Imortal no geral
Viajar, o tempo, sem ter pr'onde ir Do geral assistindo
Sem ter pr'onde ir, alegria e lamento Assistindo de um ponto
Lamento e alegria, os dois a se unir De um ponto a um momento
Os dois a se unir, sob os olhos do tempo. O momento de nós
De nós todo o tempo.