61. Amigos Inseparáveis (Stand up guys) – 13/03 – cinema
Deve ser duro envelhecer em Hollywood. Mesmo com história,
nome e currículo na indústria, os convites devem ir ficando escassos. Al
Pacino, Christopher Walken e Alan Arkin toparam estrelar ‘Amigos Inseparáveis’.
Talvez porque o filme seria uma homenagem a esses monstros da velha guarda.
No entanto, o que deveria ser um bom tributo é apenas um
filme bem ruim, que reflete justamente a falta de bons papéis para atores mais
velhos (a situação das mulheres em Hollywood é ainda mais delicada).
Possivelmente por consequência dessa escassez, esses atores emulam uma espécie
de estagnação (quando foi a última vez que vimos, no cinema, Pacino ou Walken
em algo digno de seus melhores trabalhos?). Será esse o preço de envelhecer no
sistema? Qual saída? A autoralidade, tornando-se escritor, diretor, produtor de
seus próprios projetos?
Fuga ao tema à parte, o fato é que sobre esse filme, pessoalmente,
não tenho mais muito a dizer. É realmente triste acompanhar uma salada de
gêneros genérica e automática ao extremo, ora querendo fazer graça, ora querendo
emocionar, ora pagando de filme de ação-gangster. E o pior, sujeitando esses
três monstros a esse tipo de experiência, embora eles também tenham suas
parcelas de responsabilidade.
Sem decolar em momento algum, ‘Amigos Inseparáveis’ infelizmente
acaba provocando uma melancolia mais pelo que reflete do que pelo que retrata.
MEMO: Apesar dos pesares, me lembro de uma belíssima frase
disparada por Al Pacino: Dizem que você morre duas vezes, uma quando para de
respirar e outra quando a última pessoa que te ama diz o seu nome pela última
vez.