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Amor profundo (The Deep Blue Sea) – 19/05 – Cinema
Adaptando
a peça inglesa The Deep Blue Sea (1952), de Terence Rattigan, outro Terence, o
Davis, diretor e roteirista, também britânico, constrói nesta segunda versão de
‘Amor Profundo’ para o cinema (a primeira data de 1955) uma obra concisa,
direta e fluente em sua transposição do palco para a tela. Trata-se de um belo
filme, ainda que por demais frio em sua atmosfera melancólica.
Chego
a me questionar se poderia ser de outra forma, tamanha a densidade do texto de
Rattigan, passado no pós-Segunda Guerra e enfocando a extrema tristeza e
desolação de uma mulher que sofre por ‘amar demais’ – representando a inadequação
da figura feminina tradicional uma vez terminado o conflito europeu e antes da
chegada da revolução sexual e da segunda onda do movimento feminista (anos 60 e
70).
Capitaneado
por uma grande atuação de Rachel Weisz como protagonista, ‘Amor Profundo’ vai e
volta com elegância no tempo com os relacionamentos da personagem tendo como
centro de ação uma malsucedida tentativa de suicídio.
O
filme é favorecido ainda pelos ótimos atores que completam a trinca principal
de personagens (Tom Hiddleston como o amante e Simon Russel Beale como o marido)
e também pela belíssima fotografia azulada de tons estourados que confere uma
atmosfera quase onírica a toda a realização.
MEMO:
O plano de abertura (praticamente repetido ao contrário no encerramento) de
fato é lindo como ouvi falar. Mas arrebatadora mesmo é a sequência do flashback
no metrô, um plano sequência ao som de uma triste canção que ecoa enquanto os
sobreviventes cantam refugiados dos bombardeios da Segunda Guerra.
Amor Profundo - Filme completo